Palhetas

        Nós não sabemos viver. Fizemos tudo errado, desperdiçamos tempo, perdemos coisas, abafamos momentos e e engolimos conversas. Desviamos olhares, quando  o certo era sorrir pra receber outro sorriso de volta. Quantas vezes deixamos de agir, por medo. Medo de sofrer, medo de parecer frágil, medo de ser feliz outra vez. Enfim, somos verdadeiros hipócritas dos nossos sentimentos. Não sabemos quando deixar alguém partir, ou entrar, no nosso coração. Somos incompreensíveis nos gestos. Muitos sorrisos são dados ao vento, e muita tristeza fica presa em um olhar, sem ninguém perceber que você precisa de ajuda.
        Somos criaturas amáveis, de ações gélidas, sensíveis e ao mesmo tempo cruéis uns com com os outros, por que a vida é assim. Deixamos pessoas importantes passarem, ao ficarmos presos a indivíduos passados, a lembranças, itens que jamais irão voltar, e é esse o desespero e dor que você não se livra. Deixe as coisas fluírem. Articule sua mente e seu coração pras coisas boas que te cercam. Tente ver além dos sorrisos.
        Ainda assim, dando esses conselhos, eu sou hipócrita. Tento ser real, expresso meus sentimentos da minha forma, mas ainda não te falei da canção que eu compus pensando em ti. Não te falei que quando eu te abraço, eu sinto o vazio de um beijo. Eu digo "tchau", quando na verdade eu quero dizer "fica mais um pouco". E as trocas de olhares me fazem arriscar que você pensa o mesmo, quando a gente diz "te cuida" parece que a gente tá dizendo "te amo". Quão incompreensíveis e complicadas são essas coisas, não posso nem achar que estou certo ou errado, enfim. Posso estar te perdendo ou tudo não passa de uma mera coisa da minha cabeça.
E assim, sendo quem eu sou, é mais fácil realizar meus sonhos...


Natã Cavalcante