Desde pequeno eu sempre fiquei um tanto quanto maravilhado com a chuva, os mistérios e os sons que a chuva escondia, e a curiosidade que sempre surgia.
A chuva presenciou minha felicidade, ao me banhar nas brincadeiras quando criança, meus amigos, e aquela inocência e sensação de liberdade. Quando cheguei a adolescência, vi a chuva pela janela do meu quarto, e estava em um momento em que tinha perdido uma pessoa muito querida. Eu observava as gotas caindo, desorganizadas, sem rumo, assim como minha mente, eu estava muito confuso.
Algum tempo depois, estava voltando da escola, caminhando, e começou a chover. Não havia ninguém pelas ruas. Quando já estava todo molhado e não ligava mais para aquilo, comecei a pensar. Havia um mundo enorme, olhei para tudo a minha volta. Comecei então a refletir sobre as coisas da vida, as pessoas, minha família e amigos, e comecei a sentir as gotas tocarem meu interior. A medida que eu fui chegando em casa, a chuva foi também acabando, e eu me senti limpo, mas limpo de espírito
Na chuva, eu percebi que quando se está em harmonia com o coração de alguém, toda a natureza a sua volta se equilibra, e você vê, o quão bom pode ser a vida, se você for amado por alguém que sabe amar. Procure uma pessoa pra te fazer companhia, ame, expresse seus sentimentos, não seja machista, ou feminista, ou orgulhoso, não sinta vergonha de si, desestresse, saia dessa de só trabalhar, ou só estudar, saia da responsabilidade ás vezes, vá, se joque!! venha para essa chuva misteriosa, esse outro lado da vida, que chama-se 'viver'
Natã Cavalcante'
